Do outro lado das teclas

Uma história a quatro mãos, separadas por um mar.

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Tempos passados

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    Eu disse costas, num disse?, ó malandro...
    E eu não estou esfregando as suas costas?
    E o que é isso aí, encostado em mim?
    O quê, não sei de nada...
    Ah não?
    Não!
    Assim... assim... eu não vou comer... (chuif)
    Não tá gostando do banho? Convidou, não convidou?
    Assim... assim... não... como... nada...
    E você acha que um homem é de ferro? Acha?
    Credo! Nem sei mais o que achar e acho... acho sempre.
    Então não me provoca... não se exibe... não me deixa no ponto...
    E o que é que eu fiz?
    Nada. Nada. Só me convidou para o chuveiro e se preparou para uma massagem lombar... só isso...
    Não pára.
    E paro como?
    Ah não, não pára mesmo...

    Ok. Estou pronto. Agora vou conhecer Brasília à força...
    À força? Deixa de ser bobo.
    Claro que é à força. Sou levado sabe-se lá para onde...
    Para manjares, iguarias matinais...
    Tá, mas quero um sítio onde possa arranjar um jornal português em papel. Haverá?
    Não sei, acho difícil.
    Ah, então já tenho algo para lhe chatear... eh eh, vai ver só como posso ser chato!
    Venha daí e se deixe ir...
    Atrás de si, minha ama.
    Atrás, mas não tão atrás.
    Brincadeira... Vamos lá.

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    Violenta mas ternamente, se apoderou dela mais uma vez.
    E ela dele.
    Um desejo instante e avassalador tomava conta dos dois. Uniam-se, sentiam-se, entregavam-se em ritmo alucinante.
    Pairava no ar o aroma do sexo, do sexo desenfreado, ultralibidinoso.
    Como é que é possível?
    Possível?
    Sim. A gente ficava se provocando (lembra das alças?) sem saber das coisas, e agora é muito pior melhor do que poderíamos imaginar...
    Do m’lhó pió queah? Como você diz.
    Não goza.
    Esta mrrrrrrrda...
    Não goza.
    É pçível, é pçível, eh eh.
    Nããããão goooza!
    Hmmmm............ Seu monstro! Uuuuuuuuuuu...Esta mrrrrrrrda...
    Ah, é merda?
    Gozo. Gozo sim. E gozo muito. Não sabia que se podia gozar assim tanto com português... É pçível, é pçível!
    Te adoro, sabia?
    Sei. Sei, sim. Não duvido nem por um instante. E você duvida?
    Não. Claro que não, sua boba.

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    Não vai ter entrevista?
    Não!
    Atravessei eu o mar para ser mais conhecido e nada? Nadica de nada?
    Que conhecido? Acha que vou dividir meu conhecimento com umazinha que seja?
    Não. A minha fama não precisa ultrapassar estas paredes...
    Pois então. Me fala do que quiser, me conta tudo, me envolve nos seus sonhos...
    Mais ainda? Já não lembra o que me fez sofrer, de 1 a 10? Lembra da escala?
    Ih! Lembro. Lembro, sim. Agora tá 8, não?
    Não, não, quieta!
    DEZ! DEZ! Eu sabia que trepava logo na escala!
    Trepava? Isso aqui não quer dizer algo mais?
    Eh eh, pense o que quiser...
    Pensar? Não são horas disso...
    NÃO?
    Claro que não. Quando é que você sai para trabalhar? Segunda pela manhã?
    É. Pouco depois das oito.
    Então terei que fazer os meus planos para a viagem...
    Viagem? Lá está você! Vai fugir?
    A viagem nossa, agora, aqui... aproveitando tudo, todo o momento, cada milésimo...
    Que planos? Precisa plano de voo, para voar?
    Acho que não. Sem plano, sem instrumentos de navegação...
    A cada beijo meu, você ganhará asas, sairá voando... no flight plans.
    O longo beijo, o quente beijo, a noite, os envolveu.
    Essa eternidade e esse momento fugidio...
    É... São...?
    Há pouco mais de um dia que nos encontrámos... veja só se não lhe parece já uma vida?
    Ih, tão pouco tempo e tanta coisa, anda cá, não me foge...
    Vou só buscar água. O vinho está a fazer efeito.
    É, tou de pilequinho...
    Tá nada. Anda cá você...
    E foram, pelos vales, pelas montanhas, pelos rios, planaltos...

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