Do outro lado das teclas

Uma história a quatro mãos, separadas por um mar.

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    Bem, agora é com você. Me conduza por esses acepipes.
    Ah, e do que você gosta? Eu não sei.
    Eu também não. Mas não há petisco sem risco. E poucas são as coisas que eu não consigo comer.
    Esfomeadinho, hein? Olha lá!
    Deixa disso e escolhe. Escolhe o que te der na telha.
    Ok. Deixa ver.
    Olha, ontem foi dia de feijoada. Tutu com torresmo, frango com quiabo...
    Quer escolher?
    Não, estou só vendo a lista.
    Tá.

    Agora, me dá licença?
    Para quê?
    Bzz bzz bzz bzz bzz
    O quê? Tá maluco?
    Não, agora cá. Vamos ver as vistas e depois...
    Vou lhe mostrar algumas coisas bem interessantes, vai ver.
    A ponte JK? Pode ser?
    Quer ver a ponte? Mas estivemos tão perto...
    Quero passar por cima dela.

    Aqui tem a ponte. Quer atravessar a pé?
    Quero. Você me espera do outro lado ou vai me largar aqui?
    Te espero. Do outro lado das teclas... eh eh.
    Agora é tarde. Os teclados se fundiram. Não adianta fugir.

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    Bem, não sou assim tão desorientável...
    Sei, mas também não conhece a cidade.
    Não, claro que não. Mapas são mapas, andar, percorrer, ver é algo de muito diferente. Mesmo que às vezes os nossos sentidos nos preguem partidas... Sabe que os mapas mentais das pessoas são sempre distorcidos em relação à realidade?
    É?
    São. Faça essa experiência com alguém, num lugar qualquer, e veja. Brasília talvez não seja um bom exemplo, porque é uma cidade não-orgânica. O seu desenho em planta é conhecido. Mas em qualquer outro lugar, peça às pessoas que desenhem a planta da sua cidade e verá...
    Pois é, sempre construímos as nossas próprias referências de uma forma distorcida, subjectiva...
    E então, as referências que construiu de mim? Batem certo com a realidade?
    Sei, não...
    Então? Sou mais rectílineo ou mais curvo do que a minha imagem?
    Eh eh... Mais real. Muito mais real.
    E isso é bom?
    Claro que é bom. E você, que surpresa teve?
    Eu? Estou ainda mais encantado! Não deu para perceber?
    Hmmmmm... sei, não.
    Num sabe? Num sentiu? Num percebeu?
    Percebi, sim. Só que fico sempre com essa insegurança. Meu jeito.
    Sua boba, me dá um beijo.
    Olha lá, não vê que estou dirigindo?
    Então me leva logo para esse lugar. Quero segredar uma coisas no teu ouvido mas não quero acidentes...

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