Do outro lado das teclas |
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Uma história a quatro mãos, separadas por um mar.
Tempos passados
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------------------------------------------------ Então falamos de um círculo com centro na Rodoviária. Não é ali o Km 0? Andarei preso ao poço, como dizia Saint Exupéri. Uma corda presa a esse marco imaginário, não me permitirá mais do que um certo círculo máximo? É isso? Mais ou menos. Ou como os mosquitos à volta da luz... Lá tá você... Ao menos um café tomamos, não? Claro. Ah, e já agora deixa-me numa agência de aluguer de automóveis, pode ser? Claro. E então, já pensou no rumo que vai tomar? Ainda não. Provavelmente as primeiras voltas serão de exploração. Navegação à vista. Uma espécie de caracoroísmo nas encruzilhadas. Faço isso muito lá na nossa terra. Nossa terra? E não é? Não é nossa? Você veio de lá em peças e só foi montada aqui. Tal como antes, nossas pré-peças vieram por esse mediterrâneo fora e ali se montaram. Somos todos de todo o lado. O homem em cada avanço se mistura, em cada permanência se apura. E em cada recuo? Em cada recuo, uma derrota. Definitiva ou não. Então você não vai recuar... Não, todas as manobras serão para vante. Nada de máquinas à ré. Huuum, tá certo. Já terminou? O café, claro. Já. Vamos? Vamos. Ok, it’s the end of the line. O QUÊ? Então, estou vendo ali Aluguel de Automóveis. PÁRA! Eu? Ainda nem tenho o carro, já quer que eu trave? Não. Quero que você não suma. Não se preocupe, vou rodar por aí. Como farei para ver-te? Isto é, ver-te-ei ainda hoje? Amanhã? No outro dia? Você é que tem que me dizer. Eu tenho todo o tempo do mundo, ou pelo menos todas as horas de Brasília... |