Do outro lado das teclas

Uma história a quatro mãos, separadas por um mar.

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    Uma cadeira de dentista...
    O que disseste?
    Uma cadeira de dentista... é o que me vem à cabeça.
    Cadeira de dentista? Não estou entendendo...
    Você me faz lembrar uma cadeira de dentista!
    O QUÊ? – primeiro foram as duas almofadas, depois murros, depois... bem depois, ela estava debruçada sobre ele agitando o braço direito mais uma vez, sem cuidar do risco que corria, ao se exibir de peito aberto.
    Larga-me, pára!
    Mas ele se servia dos frutos desbocadamente. Avidamente, como se a noite tivesse sido apenas um prenúncio de festa.
    Olha as horas!
    Cale-se e me beije.

    Como é? Ainda bebe café comigo?
    Só se fôr rápido. Tenho que ir pegar os meninos.
    Claro. Café. Café. Café. Estou na terra do café e não beberia os meus cafés. Ah, mas espera. A máquina. Lembra da máquina?
    Pois é. Até comprámos café.
    Então, se arruma que eu vou tratar do cafézinho.

    Agora me conta, o que é que você queria insinuar com essa coisa de cadeira de dentista?
    Ah, ah, ah. Não se esqueceu dessa?
    NÃO! Claro que não.
    Eu depois lhe conto, é uma longa história.
    Sei. Teve uma namorada dentista, tá me comparando à cadeira...
    Qué isso? Ficou boba? Não. É uma história muito diversa. Eu lhe conto esta noite.
    Ah, já tá garantindo a minha presença?
    Não. Estou apenas reclamando, mas também sei que essas noites não vão ser sempre assim.
    Pois é. A vida real.
    Não sei se é a vida real. Sei que é o tal paradoxo da liberdade. O seu caminho não é livre como o meu. E o meu só é livre enquanto não tiver compromissos...
    Mas você não é livre. Nem pensa. Nem imagina. Nem sonha. Só pode andar por aí mas nada de frescura, viu?
    Eh eh. O mosquito à volta da luz. O errante agarrado ao Km 0. Mas há uma coisa que você me poderia dizer. É se esta noite vem ou não...

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